Postagens

Mostrando postagens de maio, 2022

Para espantar pedagogias sem rosto, pedagogias cantadas (encantadas).

Imagem
                                                                                   Foto de Denise Comerlato “A gente pode estar com muita dificuldade com a luta. Quando a gente coloca o pé na terra, quando sente o gemido da terra, escuta o seu chamado, a gente sabe como vai seguir os nossos passos, porque estamos ouvindo. Ela está dando direção pra gente. Foi feito este trabalho nas nossas retomadas: o nosso escutar” (Mestra Mayá)                   A voz de Maria Muniz Andrade Ribeiro, Mestra Mayá, abriu a retomada das atividades presenciais da Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA), campus Porto Seguro, na manhã da última segunda feira – 23 de maio. A palavra falada e cantada da educadora Pataxó Hã hã hãe conduziu o repovoamento indígena e não indígena do auditório do IFBA, antes esvaziado pelos efeitos mais duros da pandemia. No transcurso do momento era lançado o livro “A Escola da Reconquista”, obra da educadora indígena organizada por Rosângel

Da disseminação do ódio à naturalização da maldade.

Imagem
  “Em um país distante existiu faz muitos anos uma Ovelha negra. Foi fuzilada. Um século depois, o rebanho arrependido lhe levantou uma estátua equestre que ficou muito bem no parque. Assim, sucessivamente, cada vez que apareciam ovelhas negras eram rapidamente passadas pelas armas para que as futuras gerações de Ovelhas comuns e vulgares pudessem se exercitar também na escultura”. (Augusto Monterroso)                 O bolsonarismo, força ideológica emergente do ciclo mais recente das disputas políticas brasileiras, também se constitui como uma das mais potentes maquinarias de conversão de afetos. Destrói e extermina pessoas e instituições públicas. Acelera a produção do ódio assim como a naturalização da maldade.                 Ao longo dos últimos quatro anos temos assistido às mais assustadoras séries – quase ininterruptas – da destruição de pessoas, processos e bens públicos combinada com um desconcertante conservadorismo festivo. Os atos de contestação tem sido cada vez ma